O daltonismo (também chamado de discromatopsia) é uma alteração visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta alteração tem normalmente origem genética.
O distúrbio, que era conhecido desde o século XVIII, recebeu esse nome em homenagem ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia de que ele mesmo era portador. Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossomo X, ocorre com maior frequência entre os homens, que possuem apenas um cromossomo X, enquanto mulheres possuem dois. No caso de um indivíduo do sexo masculino, como não aparece o alelo D, bastará um simples gene recessivo para que ele seja daltônico, o que não acontece com o sexo feminino pois, para ser daltônica, uma mulher precisa ter os dois genes recessivos dd.
Os portadores do gene anômalo apresentam dificuldade na percepção de determinadas cores primárias, como o verde e o vermelho, o que se repercute na percepção das restantes cores do espectro.
Qual a prevalência de Daltonismo?
Acredita-se que até 8% da população seja portadora deste distúrbio, dentro deste percentual, apenas 1 % inclui as mulheres, os 7% restantes incluem o sexo masculino.
Tipos de daltonismo: Não existem níveis de Daltonismo, apenas tipos. Podemos considerar que existem três grupos de discromatopsias: Monocromacias, Dicromacias e Tricromacias Anomalas.
A retina humana possui três tipos de células sensíveis à cor, chamadas cones. A classificação dos cones em “vermelho”, “verde” e “azul” (RGB) é uma simplificação usada por comodidade para tipificar as três frequências alvos, embora não corresponda à sensibilidade real dos fotorreceptores dos cones. Todos os tons existentes derivam da combinação dessas três cores primárias.
O indivíduo normal que distingue as 3 cores básicas é chamado de tricromatismo.
Monocromacia ocorre quando há apenas a percepção de luminosidade, sem diferenciar as cores. Normalmente, os monocromatas apresentam a chamada “visão em preto e branco”.
A dicromacia, que resulta da ausência de um tipo específico de cones, pode apresentar-se sob a forma de:
Protanopia (impossibilidade de discriminar cores no segmento verde-amarelo-vermelho do espectro pela ausência de cones “vermelhos”).
Deuteranopia (impossibilidade de discriminar cores no segmento verde-amarelo-vermelho do espectro pela ausência de cones “verdes”)
Tritanopia (impossibilidade de ver cores na faixa azul-amarelo pela ausência de cones “azuis”).
A tricromacia anomala resulta de uma mutação no pigmento dos fotorreceptores dos cones retinianos, e manifesta-se em três anomalias distintas: protanomalia (resulta numa menor sensibilidade ao vermelho e num escurecimento das cores perto das frequências mais longas, que pode levar à confusão entre vermelho e preto), deuteranomalia (resulta numa maior dificuldade em discriminar o verde. É responsável por cerca de metade dos casos de daltonismo) e tritanomalia (forma mais rara, que impossibilita a discriminação de cores na faixa do azul-amarelo).
Um tipo raro de daltonismo é aquele em que há uma “cegueira” completa para as cores: o mundo é visto a preto e branco e em tons de cinza. Nesse caso, estamos perante aquilo a que se dá o nome de visão acromática.
Como saber se sou portador de Daltonismo ?
Existem três métodos para se diagnosticar a presença do daltonismo e determinar em que grau ele está afetando a percepção das cores de uma pessoa: Anomaloscópio de Nagel (Esse aparelho emite uma luz amarela na metade do campo visual e na outra metade emite luzes de diferente), Lãs de Holmgreen e o Teste de cores de Ishihara.
O teste mais utilizado e principal método para se diagnosticar a presença do daltonismo e determinar em que grau ele está afetando a percepção das cores de uma pessoa é o teste de cores de Ishihara, que recebeu esse nome devido ao Dr. Shinobu Ishihara (1879-1963), um professor da Universidade de Tóquio, que foi o criador desse teste em 1917. O teste consiste na exibição de uma série de cartões pontilhados em várias tonalidades diferentes. Uma figura (normalmente uma letra ou algarismo) é desenhada em um cartão contendo um grande número de pontos com tonalidades que variam ligeiramente entre si, de modo que possa ser perfeitamente identificada por uma pessoa com visão normal. Porém um daltônico terá dificuldades em visualizá-la.
Atualmente não existe nenhum tipo de tratamento conhecido para esse distúrbio. Porém, um daltônico pode viver de modo perfeitamente normal, desde que tenha conhecimento das limitações de sua visão. O portador do problema pode, por exemplo, observar a posição das cores de um semáforo, de modo a saber qual a cor indicada pela lâmpada. Como na idade escolar surgem as primeiras dificuldades com cores, sobretudo em desenhos e mapas, os pais e professores devem estar atentos ao problema, evitando constranger e traumatizar a criança. Pode ser frustrante para uma criança ter a certeza de que está vendo algo em determinada cor, enquanto todos os colegas e a professora afirmam que ela está errada.
No futuro, o tratamento genético pode representar a cura para o daltonismo.
Alguns estudos documentam algumas vantagens visuais dos portadores de daltonismo, como melhor capacidade de visão noturna, maior poder de reconhecimento de elementos semiocultos, como animais e pessoas camufladas. Existem relatos de que na segunda Guerra Mundial as análises de fotos aéreas obtinham melhores resultados se pelo menos um membro do grupo de Guerra fosse daltônico. Sugere-se também que mulheres portadoras do gene mutante X possuam na visão uma dimensão extra de cores, já que possuem pelo menos quatro tipos de cones (células da retina).
Teste de cores de Ishihara:
Será que você é portador de Daltonismo ? Tente identificar os números nas figuras coloridas abaixo. Depois, avalie as respostas corretas no final da página.
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Respostas:
Figura 1: 16 (todos devem ser capazes de identificar esse número, inclusive os portadores de daltonismo)
Figura 2: 42
Figura 3: 2
Figura 4: 5
Figura 5: 10
Figura 6: 29
Caso você não tenha conseguido identificar os números conforme as respostas corretas, faça uma avaliação com o médico oftalmologista.
Lembre-se: Este artigo visa informar o público e não substitui avaliação por médico oftalmologista, que é o único profissional capacitado para realizar o diagnóstico preciso e indicar o tratamento mais adequado para cada caso. Portanto, não pratique a auto-medicação e procure sempre o seu médico
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